quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ENCONTRANDO OS OBJETIVOS DA SUA EMPRESA (Estratégia 13).


Pode ser que você executivo/gestor se encontre em uma empresa que não possui o jogo de documentos que costumamos chamar de Planejamento Estratégico. Isto não significa que a empresa não possui uma estratégia ou pelo menos um conjunto de estratégias não formais ou não formalizadas em um plano. É bastante comum encontrarmos empresas de pequeno e médio porte (as grandes são mais raras) nas quais há uma estrutura ou um conjunto de estratégias já implementadas sem que haja um documento chamado de "Planejamento Estratégico".

Que fazer neste caso? Há várias alternativas:
O arqueiro é sempre associado ao processo de estabelecer
objetivos e maneiras de atingi-los

ALTERNATIVAS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.

Você gestor/acionista pode chamar uma consultoria especializada no assunto, para coletar as estratégias existentes, colocá-las formalmente em um documento e complementar as peças que faltem.

Pontos fortes desta alternativa: A consultoria possui uma série de instrumentos e gente geralmente capacitada para identificar o que existe e o que é necessário ser feito. Apresentarão quadros bastante claros sobre aquilo que pode ser feito em termos de estratégia e muito provavelmente entregarão uma apresentação muito bonita e um documento ainda mais bonito.

Pontos fracos: A consultoria tem um orçamento em horas para fazer o levantamento das estratégias que têm sido utilizadas e das falhas de estrutura de sua empresa. Caso o levantamento de dados sobre sua empresa ou seu mercado levem mais tempo que o orçado, existe uma forte tendência a apresentar estratégias "mais ou menos prêt-à-porter". Vejam bem, há consultorias e consultorias, mas posso garantir que já vi uma das maiores consultorias no assunto apresentar relatórios extremamente similares para empresas muito diferentes. Outro ponto fraco é que estas consultorias específicas para criação de planejamento estratégico se forem de boa qualidade (e neste caso tem que ser) costumam cobrar bem. Não dá para falar que é caro, já que os benefícios de se possuir uma estratégica claramente definida e eficaz são gigantescos. Entretanto sempre há a questão do custo a ser apresentado a um acionista ou a um conselho, nem sempre tão favorável a gastos com consultorias. Não há como fugir dos custos de uma boa consultoria, mas há como diminuir o número de horas a serem gastas.

Você também pode coletar "moto próprio" o que for necessário e redigir o documento.

Creia-me, não é muito complicado. Qualquer um que seja capaz de gerenciar uma empresa e possuir bom senso é capaz de estruturar um planejamento estratégico. Tudo depende de sua disponibilidade e condições de trabalho. Tempo é uma das matérias primas mais necessária para a montagem de um plano decente. Já ouvi pessoas falarem que prepararam um planejamento em alguns dias. Também já ouvi alguém dizer, após a apresentação de um plano, que as "horas gastas" com aquilo haviam sido muito bem empregadas. Pode até ser que o documento final possa ser feito em algumas "horas". "Jo no lo creo", mas que pode, isto pode, já que o papel aceita quase qualquer coisa! De qualquer forma falei do documento e não do levantamento e estudo que devem ser feitos antes de escrever o documento. O levantamento e estudo daquilo que há de estratégias em funcionamento na empresa e o que ainda deve ser feito, pode facilmente levar alguns meses ou anos. Quando não há um documento e você pergunta qual a "vossa" ou "nossa" estratégica, as bocas das pessoas costumam se abrir, mas muito pouca coisa aproveitável sai. Mas calma, com alguns instrumentos a tarefa é exeqüível. Trabalhosa, mas exeqüível.

Pontos fortes desta alternativa: Partindo da premissa que toda empresa estará mais bem preparada para lidar com seu ambiente de negócios possuindo um planejamento estratégico, não há muito o que perder montando um. Não creio haver esclarecido antes, mas o planejamento estratégico de uma empresa é algo que tem que maturar muito, e ser reformado muitas vezes antes de poder se transformar em uma ferramenta de primeira linha. Portanto tente fazê-lo o melhor possível, mas não tente fazê-lo perfeito de "prima volta". Isto não quer dizer que não deve ser feito com um mínimo de técnica, bom senso e respeito aos conceitos pertinentes. Um dos pontos fortes, portanto é que passa a existir um planejamento estratégico.

Pontos Fracos: A partir do momento em que você gestor, colocou no papel as diretrizes estratégicas para a empresa, dependendo de como executou as tarefas, você pode incorrer em alguns riscos que devem ser bem avaliados. O primeiro ocorre quando você não amarra as definições básicas com os acionistas e conselho diretivo. Neste caso você assumiu uma posição sobre algo que deveria ter sido feito com a participação de estruturas acima de sua linha. Os acionistas e o conselho (se existir um) deveriam ter participado de forma muito ativa na elaboração do mesmo. Assim, ao cabo da tarefa quem coloca as letras no papel passa a ser o "pai" do plano. Logo, pode ser que um ou outro daqueles que deveriam ter tomado esta atitude antes de você, pode se sentir "magoado" com a sua linha de ação.

O segundo ponto é que quem implementa estratégias pela primeira vez corre o risco de errar, como em todas outras decisões que gestores tomam. Infelizmente caso seu planejamento estratégico tenha resultado em mudanças estratégicas significativas, os erros costumam aparecer rapidamente e de forma amplamente comunicada. Neste sentido se você estiver lendo estas linhas e se preparando para fazer seu primeiro documento, fique sabendo que esta é provavelmente a maior "vidraça" que você pode montar para si. Também é a grande oportunidade de fazer a diferença fundamental no destino da empresa.

Para minimizar este risco há alguns procedimentos que podem ser tomados e discorreremos sobre eles abaixo, mas há uma regra que costumo repetir para meus colaboradores quando estamos realizando esta tarefa e que funciona bem: Em um rali se você subitamente se encontra muito a frente dos outros e não consegue ver os concorrentes, das duas uma: ou você subitamente ficou muito "bom" ou você está perdido!

Assim se ao final da tarefa preliminar de levantamento dos dados você encontrou uma base estratégica que aponta para o "norte", mas todas as estratégias atuais da empresa apontam para o "sul", melhor gastar algum tempo entendendo como foi que a empresa chegou onde está. Ninguém cresce ou mesmo sobrevive mais de três anos no mercado brasileiro fazendo tudo, absolutamente "tudo" errado.

Finalmente há uma terceira via, que é a que mais utilizo. Trata-se "aplainar" o caminho e depois chamar uma consultoria adequada para a execução e comunicação do Planejamento Estratégico. O que é "aplainar"? Basicamente fazer todo o levantamento e o início do trabalho de montagem do plano. Chamamos uma consultoria para a montagem e finalização do documento.

Vantagens deste modelo: O gestor tem a garantia de que o alinhamento do plano com as competências e capacidades presentes na empresa não serão desrespeitadas. Afinal de contas ele conhece estas competências e capacidades já que fez o levantamento. Há outra vantagem, que é a de se tornar fonte de informações e balizador da consultoria. Quando a consultoria faz o "pacote completo" há uma tendência de se transformar o gestor em "observador" distante, mesmo que haja um discurso de "participação fundamental". Existe também a vantagem de ter um planejamento mais alinhado que aquele que poderia ser feito "moto próprio", já que a consultoria normalmente está melhor preparada para a verificação de todos os horizontes e possibilidades.

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